Estão abertas as inscrições para o IX Jogo do Livro e III Fórum ibero-americano de letramentos e aprendizagens, evento duplo que acontece nos dias 26, 27 e 28 de outubro, na Faculdade de Educação (FaE) da UFMG. A iniciativa é do Grupo de Pesquisa do Letramento Literário (GPELL), vinculado ao Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (Ceale).
O objetivo da realização conjunta do Jogo e do Fórum é possibilitar um aprofundamento das relações entre os pesquisadores ibero-americanos, que terão oportunidades para trocar experiências sobre pesquisas de intervenção realizadas dentro e fora da sala de aula. A temática do evento – “onde está a literatura?” – propõe um alargamento dos horizontes da discussão acerca do mundo literário e dos textos, espaços e discursos que dão a ver as formas renovadas por onde transita a literatura.
Podem participar professores do Ensino Básico, alunos de Pedagogia, de Letras, de Biblioteconomia/Ciência da Informação, Produção Editorial, professores universitários, alunos de pós-graduação, escritores, editores, ilustradores e críticos.
As inscrições para apresentação de trabalho poderão ser realizadas até dia 30/06. (As principais orientações para envio de trabalhos estão no arquivo em anexo). Os ouvintes poderão se inscrever até a data do evento.
A inscrição pode ser feita pessoalmente, na sala 539, na FAE, ou através do preenchimento do formulário. O comprovante de pagamento deve ser enviado para o e-mail jogodolivro@gmail.com para que a inscrição seja efetivada. O valor varia entre R$40,00 e R$200,00 e sofrerá aumento conforme a proximidade do evento.
ORIENTAÇÕES PARA INSCRIÇÕES DE TRABALHOS
1. Os trabalhos devem se organizar em torno de um dos seguintes eixos temáticos:
I.Onde estão os livros?
Se há poucos anos enfrentávamos o problema da escassez de livros em contextos sociais afastados dos circuitos de produção editorial, hoje acompanhamos inúmeras iniciativas governamentais e não-governamentais que favorecem esse acesso a leitores de escolas públicas, de comunidades rurais, indígenas e quilombolas, entre outros grupos sociais de pequenas e médias cidades, sem bibliotecas ou livrarias. No entanto, a centralidade da noção de espaço da pergunta “onde estão os livros” se esvai quando, ao modo de Borges, consideramos o livro fechado, literal e geometricamente um volume, uma coisa entre outras, pois concordamos que só quando ele é aberto acontece o encontro com o leitor. O leitor argentino – leitor porque ele valorizava esta condição mais que a de escritor – advertia ainda que um mesmo livro muda em relação a um mesmo leitor, já que mudamos tanto. Responder à pergunta onde estão os livros? implica tratar dos significados da leitura para os leitores que passam a ter acesso a esses bens da cultura letrada, e que podem lê-los de modos muito peculiares. Ao se falar sobre onde estão os livros necessariamente faz emergir questões sobre, por exemplo, que livros são esses que foram escolhidos para serem lidos em processos de formação de leitores. Ou seja, não se pode ocultar a relevância da via de acesso: são os livros – escolhidos previamente – que chegam até os leitores e não os leitores que os escolhem. Estas são algumas das questões que podem ser focalizadas na mesa que tem por mote a pergunta só aparentemente simples. Ao lançá-la como provocação para o debate, partimos do pressuposto de que a objetividade da condição concreta e espacial – que poderia se resumir a objetos dispostos em estantes – esconde muitos aspectos que as políticas de acesso a livros precisam enfrentar para que os livros passem de objetos a leituras.
II. Onde estão os leitores?
Onde será mesmo que estão os leitores literários? Onde haja jogo, sonho, fantasia, sedução, desafio, provocação, inquietação, convite à identificação? Onde o sujeito leitor se sinta em diálogo com o desejo, na sua liberdade de produzir sentidos, com direito de exercer sua fruição estética, com gosto de plurissignificação?Nesse sentido, pergunta-se onde está a literatura que possa provocar tudo isso? Nas possibilidades de letramento literário desde a infância, em que se pode viajar, sob o efeito de saborosa oralidade, por mundos encantados que somente a ficção é capaz de desenhar no imaginário fértil das crianças? Nas possibilidades de identificação dos adolescentes, em busca que estão de equilíbrio, ao vivenciar amores e angústias próprias da idade? Nas manifestações poéticas de jovens e de adultos, perseguindo utopias e bandeiras políticas? Onde estão os leitores literários? Nas escolas? Nas bibliotecas? Nas salas de leitura? Nas telas? Nos cursos de formação de professores? No mercado editorial?
III. Onde estão os textos literários?
Não se sabe de algum povo no mundo conhecido que não tenha produzido narrativas ficcionais, mitológicas, cotidianas, brincadeiras, jogos poéticos de linguagem, sejam elas(es) visuais, orais ou escritas(os), assim como não tenha produzido desenhos, pinturas, danças, músicas, teatros, representações diversas do mundo, das emoções, dos afetos e dissabores. Perguntamos onde vão parar esses textos? Um conjunto de produções que circulam entre o popular e o erudito, distribuídas nas ruas, praças, bancos de jardim, estações, pontos de ônibus, favelas, feiras, bibliotecas, academias, nas contações de histórias, recitais, saraus, peças de teatro, crônicas, contos, romances, cordéis, feiras, varais, muros, propagandas, outdoors, camisetas, folhetos, livretos, encartes, jornais, revistas, TV, internet, filmes, CDs, DVDs, livros (de imagens, de verso e prosa), nos mais diversos suportes e medias. Sabe-se, contudo, que a linguagem, nesse jogo das artes, é retomada, constantemente, em textos multimodais, numa interdiscursividade contagiante e incontrolável, na atualidade, em que se tangenciam no mundo virtual, em formas, cores, sons e movimento.
IV. Onde estão as leituras literárias?
O advérbio interrogativo que instaura a pergunta nos remete a uma diversidade de espaços, do geográfico ao territorial, do concreto ao imaginário, do subjetivo ao político, do instrucional ao expressivo, do pedagógico ao poético, entre outros. Mais uma vez na sombra de Borges, diríamos que as leituras literárias se encontram, ad infinitum, nos jardins dos espaços que se cruzam, instaurando, ainda, uma temporalidade. A multiplicidade dos lugares e dos tempos dá, assim, o tom da legitimação da leitura literária. Sabemos que os conceitos de arte e literatura são compreendidos sempre vinculados a uma determinada “poética”, a um código de normas, traduzido em um conjunto de acordos temporários, nem sempre explícitos e universais, muitas vezes subjetivos, estabelecidos pela comunidade que o elabora. No caso da leitura literária, presenciamos, então, a uma constante tensão entre essa poética, esse horizonte artístico de expectativas, o universo de referências do leitor e o “onde” de sua realização. Desse modo, a questão proposta se desdobraria em outras tantas. Onde e quando a leitura literária? Como realizá-la em sua plenitude de possibilidades? Na sala de aula e fora da escola... dirigida e de “livre” escolha... mimética e formalista... individual e coletiva... didática e de fruição estética... aqui e indefinida. Muitas questões! Muitos jardins!
V. Onde estão as leituras sobre a literatura?
Os sentidos que construímos para os textos literários que lemos estão conectados com sentidos socialmente partilhados. A leitura vista dessa forma não corresponderia a uma atividade solitária entre leitores e obras literárias, mas ao feixe de relações de sentidos que se constroem na sociedade em torno de obras, autores, gêneros. Assim, na relação entre o presente de o passado de leituras que se sucedem, ressignificam-se imaginários possíveis para a época em que vivemos, ou melhor, em que lemos. A pergunta lançada pretende alcançar a discussão sobre os textos que movimentam e dão vida aos livros de literatura, interferindo, alterando trajetos, apontando caminhos outros para a compreensão da leitura literária no meio social. Nessa direção, algumas questões poderiam fazer parte dessa pergunta maior tais como: qual seria hoje o papel dessas leituras sobre a literatura e em quais veículos ou portadores elas chegariam aos leitores? Como os gêneros dessas “leituras sobre” vêm se modificando e se adequando aos novos suportes e aos novos grupos ou comunidades de leitores que se formam em torno deles? Qual o papel da resenha crítica de obras literárias, dos trabalhos acadêmicos, das sinopses, dos catálogos, enfim de todos os textos que contribuem para que os leitores organizem os “cânones”, em particular, e a produção editorial, em sua totalidade?
2. Submissão de resumos ampliados (comunicações e pôsteres) para avaliação
Datas
Início: 01 de abril/ 2011.
Término: 31 de maio/ 2011.
3. Divulgação dos resultados e envio do trabalho completo (comunicação e pôsteres)
Datas
Divulgação dos resultados: 15 de julho/2011
Início para envio dos trabalhos completos: 16 de julho/2011
Data limite para envio dos trabalhos completos: 15 de setembro/ 2011
4. Normas para submissão dos resumos
Resumo ampliado:
- indicação do eixo temático;
- título; dados sobre o autor (nome, instituição, titulação, e-mail e telefone para contato);
- texto de, no mínimo, 800 e, no máximo, 1000 palavras, excetuando referências bibliográficas;
- fonte Times New Roman, tamanho 12, espaçamento entre linhas simples;
- margem superior, inferior, esquerda e direita igual a 3cm;
- apresentação dos objetivos, referencial teórico, metodologia, resultado, referência bibliográfica, três palavras-chaves;
- número de referências bibliográficas: no máximo, 10.
5. Padronização dos trabalhos completos
COMUNICAÇÃO
- título (centralizado);
- dados sobre o autor: nome, instituição, titulação, e-mail e telefone para contato (à direita);
- resumo de, no máximo, 150 palavras em português, seguido de 3 palavras-chave.
- texto de, no máximo, 6.000 palavras;
- fonte Times New Roman; tamanho 12; espaçamento entre linhas, simples; margem superior, inferior, esquerda e direita igual a 3cm.
- sugere-se que o texto contenha introdução, referencial teórico, objetivos, metodologia, desenvolvimento, conclusões e referências.
PÔSTER
- título (centralizado);
- dados sobre o autor: nome, instituição, titulação, e-mail e telefone para contato (à direita);
- resumo de, no máximo, 150 palavras em português, seguido de 3 palavras-chave.
- texto de, no máximo, 3.000 palavras;
- fonte Times New Roman; tamanho 12; espaçamento entre linhas, simples; margem superior, inferior, esquerda e direita igual a 3cm.
- sugere-se que o texto contenha introdução, referencial teórico, objetivos, metodologia, desenvolvimento, conclusões parciais e referência
- A submissão de trabalhos está condicionada à inscrição no evento com o envio do comprovante de pagamento.
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